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#048 – Filosofar e Ensinar a Filosofar, com Gonçalo Armijos Palácios – Filosofia Pop


Murilo Ferraz e Marcos Carvalho Lopes recebem Gonçalo Armijos Palácios, professor de Filosofia da Universidade Federal de Goiás, Regional Goiás, doutor em Filosofia pela Pontificia Universidad Católica Del Ecuador, com doutorado e pós-doutorado em Filosofia pela Indiana University para falar sobre Filosofar e Ensinar a Filosofar.

Neste episódio temos os textos Submissão transvestida e O sentido da pena de morte, de Gonçalo Armijos Palácios, interpretados pela atriz Maria Elisa.

Se você não conhece ainda a mídia podcast e tem dúvidas sobre como acompanhar o programa, leia este guia.

Vamos nos encontrar aqui a cada duas semanas para iniciar conversas filosóficas, sempre às segundas-feiras, e continuar o papo com vocês nos comentários e redes sociais.

Se você curtiu o episódio, deixe seu comentário. É muito importante termos o retorno dos nossos ouvintes.

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Com vocês, mais um episódio do podcast Filosofia Pop!


Sobre o Gonçalo

Gonçalo Armijos palácios
Possui graduação e doutorado em Filosofia pela Pontificia Universidad Católica Del Ecuador (1978 e 1982, respectivamente) e doutorado em Filosofia pela Indiana University (1989). Realizaou estudos de pós-doutorado na Indiana University em 1996 e 1997. Desde1992 é professor titular da Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área de Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia, metafilosofia, filosofia política e ensino de filosofia. Participou do Grupo de Sustentação para a criação do GT Filosofar e Ensinar a Filosofar, em 2006, do qual foi seu primeiro coordenador eleito. Foi o fundador do Curso de Pós-Graduação em Filosofia da UFG (1983), da revista Philósophos (1986), do Curso de Graduação em Filosofia da cidade de Goiás da UFG, em 2008, e participou da criação do Campus Cidade de Goiás da UFG em 2009.

Currículo Lattes do Gonçalo
III Seminário sobre o Ensino de Filosofia


Comentados no episódio

1h03m30s – Indicações de livros, músicas e vídeos

Indicações do Gonçalo:

[Filme] Rio Violento (1960)
[Filme] O Vento Será Tua Herança (1960)
[Filme] O Sol é Para Todos (1962)
[Filme] O Velho e o Mar (1958)
[Música] Jorge Cafrunes – Coplas del Payador Perseguido

Indicações do Marcos:

[Livro] Gonçalo Armijos Palácios – De como fazer filosofia sem ser grego, estar morto ou ser gênio
[Livro] Gonçalo Armijos Palácios – Alheio Olhar
[Livro] Gonçalo Armijos Palácios – Os precursores da crise global
[Livro] Marcos Nobre e José Marcio Rego – Conversa com Filósofos Brasileiros
[Livro] Sergio Schaefer e Ronie A. T. da Silveira – Caetano e a Filosofia

Indicações do Murilo:

[Vídeo] Maria Elisa Interpreta “Novo mundo, velhas filosofias”

Murilo Ferraz

Graduado em Ciência(s) da Computação, fotógrafo amador e agora podcaster

10 Comentários

  1. Esse foi o melhor episódio que ouvi, destaco duas coisas que mais me interessaram, primeiro o fato de usarmos nossos conhecimentos, informações e experiência para pensar, não para criar conceitos, mas para usar os conceitos para pensar.
    Segundo a musica Jorge Cafrunes – Coplas del Payador Perseguido, pessoalmente não conhecia, mas a profundidade das palavras traz a nossa memoria parte da vida latina, já que somos inundados com tanta cultura de outros lugares, é fácil esquecer aquilo que está próximo.

  2. Parabenizo ao Filosofia Pop e as palavras do professor Gonzalo, que é muito animada, entusiasmante, emocionada, realista e contestadora. Partilho de alguns pensamentos do professor Gonzalo, partilho também de alguns desencantos, mas também acredito que o fato de lidarmos com realidades não deve servir para nos imobilizar, e é por isso que Gonzalo se mobiliza desde outros âmbitos. Um dos problemas de não haver uma crítica construtiva na filosofia (para além dos ataques feitos pelos cantos e bastidores de qualquer departamento de filosofia no Brasil) é porque há uma dificuldade em se distinguir o público do privado (como diz Grada Kilomba, ainda habitamos geografias do passado/coloniais). Quando fazemos criticas não estamos atacando a pessoa, mas pensando com, e apontando que há pontos cegos em seu pensamento e apresentando discordâncias de nossa parte, algo que ainda não é visto desse modo, e por isso há um silêncio (perverso) que fala. Gosto quando o professor Gonzalo fala que é muito importante a história da filosofia, mas visitar apenas a sua casa, elogiando-a, inviabiliza conhecermos outras casas e prestarmos atenção na nossa. Sou uma estudante de filosofia, estudo o pensamento francês (e também filosofias contra hegemônicas), mas não posso simplesmente engolir Foucault, Deleuze e Derrida, porque eles não são nossos, esses autores têm seus limites. É preciso em determinado trecho do caminho, percorrê-lo também com outras referências. Mais uma vez parabéns e obrigada por suas palavras tão emocionadas professor Gonzalo. Penso que a filosofia (atualmente) deveria nutrir mais paixões e fomentá-las em nós.

  3. Murilo Ferraz começou esse podcast mais animado, hein? e_e “Olá! Esse é o pdocast filosofia pop! =D”

    Mas enfim, é triste ouvir do Gonçalo as suas desesperanças sobre o ensino da filosofia no Brasil, tanto que ele não pretende publicar mais nada. Mas vocês do Filosofia Pop colaboram com o ensino da filosofia.

    Posso ver o quanto o Gonçalo é uma boa pessoa pois eu também me emocionei com ele quando vocês perguntaram que tipo de filosofia e sentimento ele faz com o violão. O depoimento dele foi sensacional. Dez pontos para Filosofia Pop por serem excelentes entrevistadores com excelentes perguntas! 😉

    E vocês arrasam de novo perguntando o que ele acha sobre os brasileiros menosprezarem a própria cultura. Isso também foi uma pergunta que tava entalado em mim há muito tempo e vocês a fizeram, vocês me representaram quando fizeram essa pergunta! o/

    Já que o Gonçalo disse que o brasileiro hesita em dar críticas e opiniões construtivas e opta pela conspiração pelas costas e “sair pela tangência” eu não o farei isso e direi o que eu acho a vocês. Sou apenas um humilde ouvinte que quer ver o Filosofia Pop crescer.
    O que eu digo é que vocês poderiam se inspirar nas palavras dele e procurar dar iniciativa nas coisas. Usando a teoria da comunicação para explicar: vocês são um podcast (o código e o canal) na internet (o contexto e o canal também). Vocês gostam muito de apresentar e ensinar conceitos trazendo bons convidados, mas e quanto a vocês?
    Não sou um ouvinte tão antigo de vocês, descobri-vos há pouco menos de 3 meses, mas já os considero pakas.
    E qual é o objetivo de vocês? “Transmitir a filosofia numa linguagem acessível.” Isso vocês fazem muito bem. Conseguem apresentar bem os conceitos e dissertá-los muito bem. Vocês vivem o objetivo de vocês muito bem.

    O que eu digo em resumo é que vocês poderiam CRIAR alguma coisa. DAR INÍCIO a algum projeto novo ou renovar alguma coisa, pois tal como Gonçalo disse, os filósofos brasileiros estão fadados a apenas comentarem a respeito e assinar uma nota de rodapé, mas ele não querem de fato criarem alguma coisa. Qual é filosofia brasileira? Uma filosofia derrotista de colonial escravista e isto precisa mudar. Quais são as ideias que vocês têm? Que coisas têm a nos ensinar? Não hesitem a fazer o diálogo.

    Espero que eu tenha sido claro neste meu longo comentário com sugestão. Eu desejo a vocês o sucesso quaisquer que sejam seus objetivos e projetos.

    • Oi Haniel, parece que o Gonçalo te provocou… na verdade seu comentário abriga já uma tensão e uma resposta (ou ao menos, o reconhecimento de que algo já está sendo feito): quando trata do podcast. A ideia do podcast foi do Murilo, então o crédito é dele de trazer a filosofia para este meio. Já dá pra dizer que, olhando para trás, foi feito alguma coisa diferente neste podcast. É só observar a lista de temas que abordamos nessa trajetória de mais de 2 anos: da filosofia africana à lógica paraconsistente, do desbunde à epistemologia, do hip-hop ao “acesso aberto” etc. Imagino que se alguém fizer um tcc ou algo que o valha sobre o podcast vai concluir que houve um desvio em relação ao que seria o comum na academia. Isso tem muita relação com o meio e ao fato de não haver nenhuma instituição bancando ou escolhendo as pautas: a liberdade de chamar pessoas com perspectivas diversas tem ajudado muito neste caminho.
      Pessoalmente, fiz toda a formação acadêmica de uma forma já dissidente. Não vou fazer um memorial, mas citar um exemplo: antes de terminar minha dissertação de mestrado, coloquei um ponto final no texto que hoje é meu livro sobre a Legião Urbana e a filosofia (Canção, estética e política: ensaios legionários). Na época, escrevi uma série de textos que seriam um livrinho sobre Engenheiros do Hawaii (por falta de autorização e atualização a coisa se perdeu, mas se ouvir o episódio do cast sobre existencialismo vai ouvir lá alguma coisa…). De modo algum desprezo a academia ou não considero as necessidades técnicas, por isso meu trabalho de doutoramento, apesar de ser um estudo sobre um autor que no Brasil é marginal, numa direção ‘literária”, tem todas as notas de rodapé e referências que o jogo pede. Se tiver curiosidade, vai ler no primeiro capítulo toda uma “sociologia da filosofia” que explica este quando agora em mim (o lugar que tento ocupar e o preço que sei que terei que pagar, e que já estou pagando). Já publiquei ensaios sobre Cazuza, Caetano, Samba, Carnaval, Telenovelas etc. Sendo de Jataí-Goiás, procurei pensar meu lugar através da literatura, o que justifica meu diálogo com o poeta e crítico Gilberto Mendonça Teles (e a Máquina do Medo). Claro que cegueira das faculdades de filosofia não enxergam nada neste tipo de produção, a não ser idiossincrasias. Que seja. Hoje sou professor na UNILAB e trabalho com filosofia africana e quero produzir alguma contribuição neste campo, além de ser, no espaço “Peter Parker/Bruce Wayne” da vida algo como um “especialista” no trabalho de Richard Rorty (um autor bem complicado, porque conhecia tanto a filosofia analítica quanto a continental, se metei em diálogo com chineses e africanos… até com brasileiros dialogou!). Não sou um revolucionário, mas um reformista que busca recontextualizar as coisas para fazerem funcionar melhor, para viver melhor. Neste diapasão melhorista, as provocações do Gonçalo foram e são muito frutíferas. Uma coisa que você pode apreender da fala dele é como ele não abre mão de uma perspectiva de admiração, que não é aquele narcisismo do “autor” que se auto cita: ele é capaz de esquecer e essa é uma grande virtude. Soube também preservar os espaços vivos e religiosos, da morte da teoria. Quando escrevi sobre Caetano queria mostrar como ele deixou a filosofia para fazer filosofia, para pensar o Brasil como e nos meios que o pensamento por aqui se articulariam e chegariam a mais gente… dediquei o texto para o Gonçalo, em reconhecimento. E é isso que faço: reformista, mas de modo algum “oportunista”, procuro resistir ao tsunami e tento surfar a onda possível (aquela que nasce quando a borboleta bate as asas na China)!

    • Oi, Haniel. Obrigado pelo seu comentário. Fico feliz em ver que você também foi afetado pela fala do professor Gonçalo, ele costuma ter esse efeito provocador mesmo.

      Esta questão da visão dos brasileiros sobre o Brasil tem me incomodado muito. Parece haver uma romantização do estrangeiro, como se o mundo todo funcionasse perfeitamente e “só no Brasil mesmo”, com “essa gentinha”, que “nada vai pra frente”.

      Eu não me considero filósofo, não sou formado em Filosofia e não tenho nenhuma pretensão de ser filósofo.

      Acredito que colocar um projeto como o Filosofia Pop no ar e conseguir o alcance que ele tem hoje (bem maior do que pensamos que teria quando começamos a fazer) já é uma criação relevante. A exposição de tantos assuntos diferentes, tantos trabalhos sendo realizados no Brasil, a um público que geralmente não é alcançado por estes trabalhos pode ser a semente para algo maior, algum diálogo mais amplo.

      Desde que comecei com este trabalho, me interessei mais pela área da comunicação e talvez consiga produzir algo neste caminho. Você estuda comunicação? Poderia me indicar algum material introdutório?

      Obrigado pelas provocações, acho importantes e saudáveis. Espero ter sempre seus comentários por aqui.

      Abraço.

      • Oi, Murilo.
        O que se refere à “comunicação” exatamente? Comunicação social? Publicidade? (Porque comunicação, comunicação mesmo é bem amplo :v)

        Eu tenho 18 anos e estou estudando para entrar na universidade de psicologia, mas também alimento um hobby há muito tempo que está me dando frutos que não imaginava. Este é hobby é: a escrita criativa.

        Escrita é discurso, é comunicação artística, mas teve um livro que me ajudou bastante quanto a elaborar discursos e textos.
        http://lelivros.group/book/baixar-livro-ted-talks-chris-anderson-em-pdf-epub-e-mobi-ou-ler-online/

        Além disso, sugiro você ver as palestras do TED, principalmente se você ler este livro. As melhores palestras do TED servirão como uma espécie de “exercício” para você analisar os discursos dos palestrantes e ver criticamente porque eles falam o que falam e como falam isso.

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