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A filosofia pop na UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina já abrigou dois eventos com o nome de Filosofia Pop. O primeiro aconteceu em 20 e 21 outubro de 2011. A descrição explicava a proposta:

“Da necessidade em estabelecer uma conexão entre o cotidiano e a formação acadêmica, nos deixando tomar por uma reflexão profunda sobre o óbvio, surge a ideia da Filosofia Pop. O uso do termo pop não é para fazer uma filosofia simples, rasa, para o povo (como um bolo pronto), e sim para caracterizar uma abertura referente ao lugar e o contexto no qual vivemos. Pop também pode ser facilmente entendido como conjunto variado de manifestações culturais que evidenciam a cultura popular.”

A ideia era de romper os tradicionais monólogos e propor conversações efetivas entre as professoras e alunas interessadas. Esta primeira edição contou com participação de Celso Braida, Luiz Henrique Dutra, Maria de Lourdes Borges, Selvino Assmann e Mariana Paolozzi. O destaque foi a presença de Márcia Tiburi, que no último dia fez uma palestra sobre sua televisão, falando da pesquisa que deu origem ao livro Olho de Vidro e também falando de Radiohead e Vilém Flusser. Nesta última fala Tiburio foi acompanhada de uma banda que tocou intervenções eletro-acústicas de canções do Radiohead tocadas ao vivo…

O segundo evento Filosofia Pop aconteceu entre 24 e 26 de Abril de 2013, organizado pelo professor Roberto Wu, por Michelle Bellato e Mateus Capelo. Márcia Tiburi abriu o evento propondo uma espécie de procedimento para se fazer filosofia pop. 

Nos dias seguintes ocorreram falas de Roberto Wu, Alexandre Meyer Luz, Claudia Drucker, Maria de Lourdes Borges, Celso Braida e Alberto Heller. Eu tive a honra de falar no encerramento deste evento falando de Legião Urbana e Engenheiros do Hawaii, falas que se intercalavam com a apresentação das canções por Mateus Capelo, Roberto Wu e Jefferson Nefferkturu

O convite para essa apresentação foi a coisa mais legal que já me aconteceu na academia. Agradeço aos organizadores pela confiança.  O risco de falar de modo intercalado com a banda tormou-se uma grande oportunidade…  a conversa depois rolou de um modo incomum e o encontro foi para mim efetivamente um encontro – que fez pensar que na academia podemos inventar outros espaços e forma de conversação.

Acho que o evento filosofia pop da UFSC aconteceu sem uma teoria prévia. Apesar de ter a professora Márcia Tiburi como referência, a atitude dos organizadores ao promover o encontro foi bem mais punk, e, por isso mesmo, mais aberta.  Claro que nem todas as professoras e professores estavam prontos para isso… mas não era possível MESMO estar pronto ANTES.

É torcer para que encontros como essa se multipliquem…

P.S.: O Mateus Capelo já era meu conhecido há tempos… por conta da lista de fãs dos Engenheiros do Hawaii e de algumas conversas e textos que fiz sobre a banda. Mais tarde, quando ele estava no Rio, frequentamos o laboratório de Filosofia Pop do Charles Feitosa. Então, apesar de não ter uma teoria prévia, existe sim pontos de convergência e diálogo, porém certa atitude criativa e de diálogo é o que chamaria de pressuposto.

 

Marcos Carvalho Lopes

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