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Dançar o inominável

Este é o olhar filosófico que o artista Alain Foix lança sobre a questão da relação entre história, memória e criação artística. Graças à sua arte, o artista não está limitado à uma cor de pele, nem está condenado a dançar irremediavelmente uma história indescritível. Em vez disso, inscreve-se numa dialética: ele é livre e, ao mesmo tempo, possuído. Ao criar, ele torna-se senhor de sua própria história, o que lhe permite transcender o passado. Sua inteligência artística deve ser vista como um “estratagema”, que, ao produzir uma obra aberta e indeterminada, causa uma nova influência no mundo e convida ao intercâmbio de culturas. Leia mais

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Reflexões sobre a liberdade e a arte – W. H. Auden

“Os poetas não são, nem nunca foram, os legisladores não reconhecidos do mundo, e é uma boa coisa que eles sejam forçados a perceber isso”, escreve W. H. Auden, contrariando a famosa afirmação do poeta inglês Percy Bysshe Shelley. Aqui, em um texto escrito em 1947, o escritor anglo-americano questiona os limites da liberdade e da arte, seus potenciais e suas interações. Distante da visão romântica da arte, que atribui a ela mais importância do que realmente tem, Auden defende a visão shakespeariana: a arte como um espelho da natureza.. Leia mais

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As Áfricas móveis de Alain Mabanckou

Alain Mabanckou vasculha um “celeiro tricontinental” repleto de coisas do passado a fim de esclarecer o presente. De que forma deve ser lida a história colonial? Que significado deve ser dado à restauração do patrimônio cultural africano? E qual é o papel do romancista em tudo isso? O escritor franco-congolês discute essas questões, com toda simplicidade. Leia mais

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Nós, os servos e os guardiões da Terra

Para enfrentar o desafio que a crise ecológica global representa na atualidade, há uma necessidade urgente de se recorrer ao repertório filosófico e espiritual da humanidade, pois este nos ensina lições valiosas sobre a importância de cuidar da vida em todas as suas formas. Souleymane Bachir Diagne recorre a essa fonte aqui, misturando o romance filosófico de um acadêmico andaluz do século XII, palavras de sabedoria africana e reflexões de filósofos ocidentais. Nós não somos os mestres e os donos da natureza, adverte-nos o filósofo senegalês. Leia mais

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Crioulizando a noção de humanidade

Como podemos proteger e promover a diversidade das expressões culturais, enquanto resistimos ao relativismo e ao imperialismo, e reconciliamos o universalismo dos direitos humanos com o pluralismo das culturas? Mireille Delmas-Marty, membro do Institut de France e jurista especializada no estudo da internacionalização do direito, compartilha sua perspectiva sobre a questão. Ela defende a “crioulização recíproca”, um processo dinâmico e em evolução para a coordenação, a harmonização e, por vezes, a unificação das diferenças. Leia mais

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Uma questão de solidariedade internacional

Se os países ricos podem se adaptar ao aumento das temperaturas “simplesmente ajustando o termostato” – usando a metáfora do sul-africano vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Desmond Tutu – os países em desenvolvimento enfrentam desafios muito mais dramáticos. Onde a solidariedade internacional aparece em tudo isso? Uma reflexão sobre uma solidariedade compartilhada fundamentada por uma consciência ética. Leia mais