no #DiadaConscienciaNegra disponibilizamos a transcrição do podcast #076 “questões para filosofia africana“,’ acrescido de algumas notas e alguns esclarecimentos. É uma versão preliminar de um texto que vou utilizar na disciplina de filosofia africana que ministro na UNILAB-BA neste semestre. O texto tem alguns problemas, mas talvez seja útil para algumas pessoas, o que justifica sua publicização. Abaixo o link para fazer o Donwload e a introdução do texto.
Introdução:
A filosofia pop e a filosofia africana se encontram numa mesma esquina do pensamento. Nessa encruzilhada estão em questionamento a relação entre a filosofia como uma forma de vida/plano de imanência, incorporada em uma determinada cultura, e a filosofia como atividade acadêmica rigorosa e crítica. A tensão entre essas descrições da filosofia pede uma redescrição da atividade filosófica.
Por conta deste lugar frágil, exposto, existem muitas dificuldades e disputa quando se trata de determinar como desenvolver uma disciplina de filosofia africana na academia. O cuidado para não repetir a busca metafísica de uma identidade reificada sobre o que seria o sujeito autêntico africano é uma necessidade, para que não cair numa posição dogmática e redentora. Por isso mesmo, a articulação de uma séria de questões como referência para o debate (com abertura para diversas respostas – mas não para todas ou qualquer uma), servem para situar algumas chaves interpretativas, sugerir direções nas quais desenvolver pesquisas, interrogações que vão ser pertinentes para quem estuda temas relacionados à África.
Apresento aqui a transcrição de uma conversa – com Murilo Ferraz – para o podcast filosofia pop. O texto transcrito foi revisado para diminuir as redundâncias, adequar e corrigir termos no sentindo de melhorar o entendimento. Mantivemos uma estrutura próxima da fala, com algumas construções que podem causar estranhamento ao leitor. É o caso do uso coloquial de “a gente” no lugar de “eu-nós”,[1]artíficio que também foi utilizado na edição do livro filosofia pop – ano 1: ensaios de diálogo filosófico (2019) para marcar uma aproximação com o ouvinte na construção de uma comunidade de investigação. Neste caso, espero que as pessoas que vão ler este texto tenham certa indulgência com sua forma e estrutura, que segue o ritmo e disposições do contexto de interlocução.
O acréscimo de notas explicativas e de referências, indicações e outros textos, pretende justificar a própria publicização deste “diálogo” considerando sua possível utilidade como material de uso didático, para aproximação inicial de temas e questões da filosofia africana contemporânea.
Parabéns pelo excelente trabalho. Esse trabalho de transcript é muito importante. Por favor continuem