Murilo Ferraz e Marcos Carvalho Lopes recebem Ricardo Teperman, músico e doutorando em Antropologia, para falar sobre Hip Hop.
A ideia do podcast Filosofia Pop é trazer discussões filosóficas com pitadas de referências culturais.
Se você não conhece ainda a mídia podcast e tem dúvidas sobre como acompanhar o programa, veja este guia.
Vamos nos encontrar aqui a cada duas semanas para iniciar conversas filosóficas, sempre às segundas-feiras, e continuar o papo com vocês nos comentários e redes sociais.
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Com vocês, mais um episódio do podcast Filosofia Pop!
Sobre o Ricardo Teperman
Ricardo Teperman é músico e antropólogo, doutorando no departamento de antropologia da USP, editor da Revista Osesp, editor executivo da revista Novos Estudos (Cebrap) e professor no programa de pós-graduação em canção popular da Faculdade Santa Marcelina. Autor de Se liga no Som: as transformações do Rap no Brasil e lançou os CDs A Torcida Grita (2007) e Geringonça (2009), entre outros.
Currículo Lattes do Ricardo Teperman
Dissertação de Mestrado do Ricardo Teperman
Comentados no episódio
- Pauta principal (0h01m00s)
- Indicações (0h38m30s)
Indicações do Ricardo Teperman:
Artigos
Gabriel Feltran – Sobre Anjos e Irmãos
Ricardo Teperman – Imporviso Decorado
Maria Rita Kehl – Radicais, Raciais, Racionais: a grande fratria do rap na periferia de São Paulo
Walter Garcia – Sobre uma cena de “Fim de semana no Parque”, do Racionais MC’s
Música
Playlist para acompanhar o livro Se liga no som
Indicações do Marcos:
Livros
Música
Bota a Fala – Preconceito
Pingo do Rap – Sem Preço
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Confesso que o rap me atrai bastante quanto ao papel social que ele acaba representando, mas ouço muito pouco. A minha banda predileta é o Rage Against the Machine, que claramente tem uma forte influência do rap. Sendo assim, não me considero apto para discutir o estilo ou os grupos que melhor representam. Mas senti uma grande vontade de citar um músico fora de São Paulo. Sei que o objetivo do episódio não era discutir sobre músicos específicos, e sim falar sobre o estilo e o que representa. Mas durante todo o programa me lembrei do MV Bill. O clip “Soldado do Morro” e posteriormente o documentário “Falcão – Meninos do Tráfico” conseguiram atingir uma grande parte da população. Obviamente vários outros músicos de rap fazem músicas de denúncia, mas foi com o trabalho do MV Bill que senti pela primeira vez uma verdade no que era levado à grande mídia. O documentário passou no Fantástico e me lembro bem da entrevista dele no Jô Soares. Um fato interessante foi que o outro entrevistado no mesmo programa foi o Jair Bolsonaro. Não conhecia o deputado. Ele precisou de não menos que um minuto para me deixar chocado. Durante a entrevista, o MV Bill disse que uma criança que aponta uma arma está na verdade pedindo ajuda. Obviamente o rapper estava usando a metáfora para indicar que aquela criança era fruto de todo um sistema falho. Pois bem, o Bolsonaro sentou no sofá e já falou que não engolia essa frase do MV Bill, e que ela achava que lugar de bandido é na cadeia e mais um monte de discursos prontos. Eu que já estava espantado com a atitude do deputado, tomei um susto quando a maioria da plateia aplaudiu.
Bem, contei toda a história para falar de um rapper fora de São Paulo e que fez um trabalho que foi relevante na minha vida e de mais algumas pessoas, pois a plateia do Jô Soares me mostrou que muita gente não quer ver o problema pelos olhos do oprimido, e o que é pior, querem a solução que parece mais rápida e mais cruel.
Oi Nélio, eu sempre indico o livro Cabeça de Porco, de MV Bill, Celso Athayde e Luiz Eduardo Soares. Não lembro deste debate entre MV Bill e Bolsonaro, mas é muito simbólico e interessante. A lista dos que “faltaram” é bem maior, melhor não acionar a memória… obrigado pela cumplicidade com o podcast!
Olá Marcos. Não foi bem um debate. A entrevista do MV Bill foi antes da do Bolsonaro. Infelizmente não achei a entrevista do MV Bill, mas achei uma versão editada da do Bolsonaro. (procure no youtube por “Jair Bolsonaro (Programa do Jô) – PARTE 1)”. Veja que em 1:30 ele fala sobre um garoto de 12 anos apontando uma arma, se referindo a entrevista anterior do MV Bill no mesmo dia. Infelizmente essa versão editada não mostra as palmas da platéia, mas essas duas entrevistas estão marcadas em brasa na minha memória.