Marcos Carvalho Lopes recebe Francisco Bosco para falar sobre A vítima tem sempre razão?
Livro do Podcast Filosofia Pop
Lançamos recentemente o livro “Podcast Filosofia Pop – Ano 1 – Ensaios de diálogo Filosófico”, que faz parte da coleção Goiânia em Prosa e Verso 2019.
Adquira o livro na loja do Filosofia Pop.
Apoiadores do podcast tem desconto.
Apoie o podcast Filosofia Pop
Se você curtiu o episódio, deixe seu comentário. É muito importante termos o retorno dos nossos ouvintes.
- Twitter:@filosofia_pop
- Facebook: Página do Filosofia Pop
- YouTube: Canal do Filosofia Pop
- e-mail: [email protected]
- Site: https://filosofiapop.com.br
- Podcast: Feed RSS
- Guia para assinar o podcast
Vamos nos encontrar aqui a cada duas semanas para iniciar conversas filosóficas, sempre às segundas-feiras, e continuar o papo com vocês nos comentários e redes sociais.
Podcast: Play in new window | Download (Duration: 1:54:19 — 78.8MB) | Embed
A crítica do Bosco é fundamental aos movimentos identitários.
O Bosco tem uma argumentação consistente, mas um pouco dura demais. Sobre o tema da conversa, recomendo a leitura do conto “Gostando do que vê: um documentário”, de Ted Chiang. Pode lançar luz sobre o tema.
O Bosco tem uma argumentação consistente, mas um pouco dura demais. Sobre o tema da conversa, recomendo a leitura do conto “Gostando do que vê: um documentário”, de Ted Chiang. Pode lançar luz sobre o tema.
Ao meu ver, o ponto de partida de algumas produções acadêmicas e crenças parecem vir de um lugar de ressentimento, em que algumas pessoas enquanto seres privilegiados – exemplo: “homem, hetero, cis, branco” – sentem-se atacadas ao ser automaticamente incluídas no lugar do opressor, por possuir essas características que lhe são inatas. Parece existir uma “birra” de pessoas que não reconhecem seus privilégios, e em especial, não entendem que não há simetria/justiça entre as idiossincrasias do homem e as da mulher, ou do opressor e do oprimido. Sim, existirão dentro das minorias pessoas individualmente culpadas, e existirão dentro das maiorias pessoas individualmente sem culpa, mas, a balança sempre pesará mais para um dos lados. No exemplo de Woody Allen, em que não há provas e, portanto, o cineasta seria um injustiçado, minimiza-se toda a dificuldade comprovada que há quando uma vítima tenta denunciar seu agressor sexual: ela será questionada, duvidada e ridicularizada, quando na verdade o patriarcado protege o homem e anula a mulher, especialmente quando já se passaram 20 anos (por diversos motivos, muitas mulheres só conseguem denunciar muito tempo depois, o que torna a procura por “provas” quase inútil). Não espero nunca que nenhum homem SAIBA o que é pra uma mulher achar que todo homem é um potencial estuprador, pelo simples fato de que não é o lugar de fala deles, o que espero desse grupo é empatia e compreensão, mas nunca irão sentir na pele, portanto, não tem como saber o que é. Creio que a teoria seria válida apenas se o mundo fosse igualitário entre os diversos grupos: uma sociedade ideal em que todos tivessem os mesmo direitos. Como essa não é a realidade, as desigualdades sociais, de cor, de gênero, de sexualidade, e por aí vai, parecem enfraquecer a argumentação, que fica parecendo coisa de mas “NEM TODO HOMEM”. Finalmente, creio que não tem como fugir de algo que nos é próprio, sempre vão nos julgar baseado no que somos, como a mulher negra será, o homens trans será, enfim, todos seremos “lidos” de acordo com quem somos e de onde viemos. Se um indivíduo que faz parte do grupo do opressor individualmente não reproduz essas opressões, não faz mais que sua obrigação cidadã, mas a argumentação entra por um viés que pode até servir de respaldo para que opressores coloquem-se em posição de oprimidos, quando na verdade, não são. Tipo, racismo reverso (que não existe), sacam? 😉
bem… essa é uma característica que Nietzsche mostrou ser a fonte de toda moral… mas a transformação de ressentimentos em criatividade tem seu preço
Achei interessante o episódio. O entrevistado fala que se baseia em pensadores negros e feministas mas, creio eu, não citou nenhum por nome durante suas argumentações em ótica favorável, e choveu citações favoráveis a pensadores (como foi comentado no podcast) racistas, sexistas, classicistas, etc. Diz que não vai aceitar um pensamento só pela procedência e que isso se classifica como carteirada. Acho correto, mas é bom notar que essa fala só veio em relação a um grupo específico em meio a um podcast cheio de carteiradas que não o incomodaram. Além de usar este tipo de carteirada nas suas recomendaçõs. E reclama que sejam pontuados a posição que a pessoa se encontra em relação aos privilégios da sociedade, como se este ponto não fosse relevante para se analisar o discurso e todos tivessem igual oportunidade de fala. Parabéns ao host pela entrevista, parabéns a ambos pela conversa (que, embora eu discorde de muitos pontos, a achei bem clara e articulada) e obrigado a todos os envolvidos pelo conteúdo.
Obrigado Heider! Definir o que é “carteirada” e o que é um discurso autorizado/justificado em um contexto de conversação mais amplo é algo que tem sua complexidade, porque se temos pressupostos e projetos muito distintos a “coisa” simplesmente não soa bem. Parece algo desafinado. O que é mais difícil é construir possibilidades de conversa que não virem o mero confronto, o debate infrutífero, mas que complexifique o que está sendo dito sem eliminar as tensões. Abraços!
Citou o Abdias. Vc leu o livro?