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Começando um diálogo sobre filosofia africana

les_estatues_meurent_aussi “Introdução à filosofia africana” e “Filosofia da cultura popular brasileira”. Neste trimestre estou trabalhando com essas duas disciplinas na UNILAB – Campus dos Malês. As duas disciplinas provavelmente gerariam perguntas e desconfiança do tipo “isso existe?” por parte dos mais conservadores dentro do campo da filosofia. Quanto a filosofia africana a interrogação não deve durar muito tempo: apesar de hoje não termos no Brasil nenhuma tese de doutoramento que trate de filosofia africana; assim que as universidades assumirem a necessidade de trabalhar o tema para que seus licenciados consigam cumprir requisitos legais do ensino, irão surgir vagas específicas em concurso. Onde existem vagas, por geração espontânea, nascem especialistas! Este não é o meu caso, já que na UNILAB temos como projeto e missão promover a integração entre Brasil e África, criar uma disciplina especificamente de filosofia africana faz todo sentido, ainda mais para não repetir o erro de falar do contexto afro-brasileiro e imaginar estar falando sobre a África.

Existe uma dificuldade específica nesta disciplina de filosofia africana que não acontece quando tratamos de filosofia europeia: é que ninguém se pergunta se pode ou não falar pelos “gregos”, afinal a Grécia Antiga é a fonte da Civilização Ocidental. Mas é fácil perceber que não estou autorizado a fazer filosofia africana (african philosophy), mas estaria para fazer filosofia afro-diaspórica (africana philosophy), afinal está última é parte da filosofia brasileira. Isso, é claro, se levamos em consideração certa definição de filosofia. Tomo como guia a definição pragmática e narrativa que Cornel West propõe para a filosofia afro-americana: “A filosofia afro-americana é a interpretação da história afro-americana, sob as luzes de sua herança cultural e lutas políticas, como fonte de normas desejáveis que pudessem regular respostas para os desafios que hoje os afro-americanos enfrentam”. Podemos substituir nessa definição afro-americanos, por africanas/africanos, brasileiras/brasileiros etc. na tentativa de dar conta de experiências e desafios específicos. Nestes termos, há muito por fazer, também para superar o dilema identificado pelo filósofo inglês Robert Bernasconi: “A filosofia ocidental captura a filosofia africana numa dupla armadilha: ou a filosofia africana é tão semelhante à filosofia ocidental, que não faz contribuição significativa e, efetivamente, desaparece; ou é tão diferente que suas credenciais para ser definida como genuína filosofia sempre estarão sob suspeita” (Bernasconi 1998, 188; Postcolonial African Philosophy: A Critical Reader). A superação desta desconfiança talvez esteja relacionada diretamente para a pergunta sobre “com quem devemos/queremos dialogar” ou “para quem pedimos reconhecimento”. A descolonização depende desta mudança de direção do diálogo (sugiro a leitura deste texto de Walter Mignolo).

No caso da “filosofia africana” seu começo não estaria no espanto, mas uma reação contra o discurso que ocidente desenvolveu sobre a África. Essa reação precisa transformar a ira, a frustração, o ressentimento em autoestima para pensar contextualmente de modo criativo e não meramente repetindo ou imitando. Para sensibilizar os estudantes sobre essas dificuldades, num primeiro passo do meu curso de “Introdução à filosofia africana” utilizei como recurso o(s) texto(s) de Binyavanga Wainaina sobre Como escrever sobre África e o curta-metragem Estátuas também morrem (de Alain Resnais e Chris Marker, França, 1953).  É um começo.

 

Como escrever sobre a África

Binyavanga Wainaina

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Tradução: Lucas Matos.

Sempre use a palavra ‘África’ ou ‘Trevas’ ou ‘Safári’ no título. Subtítulos podem incluir ‘Zanzibar’, ‘Masai’, ‘Zulu’, ‘Zambezi’, ‘Congo’, ‘Nilo’, ‘Grande’, ‘Céu’, ‘Sombra’, ‘Tambor’, ‘Sol’ ou ‘Passado’. Também são úteis palavras como ‘Guerrilha’, ‘Atemporal’, ‘Primordial’ e ‘Tribal’. Perceba que ‘Pessoas’ quer dizer africanos que não são pretos, enquanto ‘Povo’ quer dizer africanos pretos.

Nunca apresente uma foto de um africano bem ajustado na capa do seu livro, ou dentro dele, a não ser que o africano tenha ganhado o prêmio Nobel. Uma AK-47, costelas proeminentes, seios nus: use isso. Se for necessário incluir um africano, assegure-se de que será alguém em trajes dos Masai, Zulus, ou Dogons.

No seu texto, trate a África como um país. É quente e empoeirado com campinas ondulantes, hordas imensas de animais e pessoas altas, magras, que estão passando fome. Ou então é quente e enevoado com pessoas pequeninas que comem primatas. Não se atole em descrições precisas. A África é grande: cinquenta e quatro países, 900 milhões de habitantes que estão muito ocupados passando fome, morrendo, guerreando e emigrando, para ler o seu livro. O continente está cheio de desertos, selvas, chapadas, savanas e muitas outras coisas, mas o seu leitor não liga para nada disso, então mantenha suas descrições romanceadas, e evocativas, e gerais.

Certifique-se de que mostrará como africanos possuem música e ritmo arraigados na alma, e comem coisas que nenhum outro humano come. Não mencione arroz, nem bife, nem trigo; miolo de macaco é o prato africano predileto, junto com bode, cobra, vermes e besouros, e todo tipo de carne de caça. Certifique-se de mostrar que você é capaz de comer tal comida sem torcer o nariz e descreva como você aprendeu a apreciá-la – porque você se importa.

Assuntos tabus: cenas domésticas cotidianas, amor entre africanos (a não ser que tenha morte no meio), referências a escritores ou intelectuais africanos, menção a crianças na escola que não sofrem por causa de bouba, ebola, ou laceração da genitália feminina.

Ao longo do livro, adote uma voz sussurrada, em cumplicidade com o leitor, e um tom triste de eu tinha tantas expectativas. Deixe estabelecido bem cedo que sua atitude liberal é impecável, e mencione perto do início o quanto você ama a África, como você se apaixonou pelo lugar e não pode viver sem ela. A África é o único continente que você pode amar – tire vantagem disso. Se você é homem, se aventure pelas úmidas florestas virgens. Se é mulher, trate a África como um homem que usa uma jaqueta no estilo safári e some no horizonte ao pôr-do-sol. Há África para que a gente se compadeça, adore ou domine. Qualquer ângulo que escolher, certifique-se de deixar a forte impressão de que sem sua intervenção e seu importante livro, a África está condenada.

Os personagens africanos podem incluir guerreiros nus, empregados leais, adivinhadores e videntes, antigos sábios vivendo num esplendor ermitão. Ou políticos corruptos, inaptos guias de viagem polígamos, e prostitutas com quem você se deitou. O Empregado Leal sempre se comporta como uma criança de sete anos e precisa de uma mão firme; ele tem medo de cobras, leva jeito com as crianças e está sempre te envolvendo em complexos dramas familiares. O Antigo Sábio sempre vem de uma tribo nobre (não as tribos papa-grana como os Kikuyu, os Igbos, ou os Xonas). Ele tem olhos remelentos e é próximo da Terra. O Africano Moderno é um gordo que rouba e trabalha no escritório de vistos, recusando-se a dar autorização para Ocidentais qualificados que se importam realmente com a África. Ele é um inimigo do desenvolvimento, sempre usando seu cargo público para dificultar que expatriados pragmáticos e de bom coração implementem ONGs ou Áreas de Conservação Urbana. Ou ele é um intelectual formado em Oxford que se transformou num político assassino em série com terno da Savile Row. Ele é um canibal que gosta de champanhe Cristal, e sua mãe é uma rica médica-curandeira que é quem manda mesmo no país.

Entre os seus personagens você deve incluir sempre a Africana Faminta, que anda por campos de refugiados quase nua, e espera pela benevolência do Ocidente. Há moscas sobre as pálpebras de seus filhos, e eles têm barriga d’água; os seios dela são magros e vazios. Deve parecer completamente desesperada. Não pode ter um passado, nem história; tais diversões arruínam o momento dramático. Gemidos são bons. Ela nunca deve falar qualquer coisa sobre si mesma no diálogo, exceto para dizer de seu sofrimento (indizível). Também certifique-se de incluir uma mulher calorosa e maternal que tenha uma risada contagiante e que se preocupe com o seu bem estar. Chame-a simplesmente de Mamã. Seus filhos são todos delinquentes. Esses personagens devem pairar ao redor de seu herói, fazendo ele parecer bom. Seus herói pode ensiná-los, dar comida para eles, dar banho neles; ele carrega muitos bebês e já viu a morte de perto. Seu herói é você (se for reportagem), ou uma bela, trágica celebridade/aristocrata internacional que agora se importa com animais (se ficção).

Personagens maus do Ocidente podem ser filhos de ministros do partido Tory, africâneres, empregados do Banco Mundial. Quando falar de exploração estrangeira da África, mencione negociantes chineses e indianos. Culpe o Ocidente pela situação da África. Mas não seja muito específico.

Pinceladas abrangentes do começo ao fim são boas. Evite apresentar personagens africanos rindo, ou se esforçando para dar educação aos filhos, ou simplesmente se virando em circunstâncias mundanas. Faça com que eles tragam à luz alguma coisa sobre a Europa ou a América, na África. Personagens africanos devem ser coloridos, exóticos, extraordinários – mas vazios por dentro, sem diálogos, sem conflitos ou desfechos em suas tramas, nenhuma profundeza ou peculiaridade que confunda o caso.

Descreva, com detalhes, seios nus (jovens, velhos, conservados, recém-abusados, grandes, pequenos) ou genitálias mutiladas, ou genitálias inchadas. Ou qualquer tipo de genitália. E corpos mortos. Ou melhor: corpos mortos nus. E especialmente corpos mortos nus apodrecendo. Lembre-se, qualquer obra que você produzir na qual as pessoas apareçam imundas e miseráveis será considerada ‘a verdadeira África’, e você quer isso na sua jaqueta empoeirada. Não se enoje quanto a isso: você está tentando ajudá-los a conseguir o socorro do Ocidente. O maior tabu ao escrever sobre a África é descrever ou mostrar brancos mortos ou em sofrimento.

Por outro lado, animais devem ser tratados como personagens complexos, bem desenvolvidos. Eles falam (ou resmungam enquanto agitam com orgulho suas jubas) e têm nomes, ambições e desejos. Também apresentam valores familiares: viu como os leões ensinam seus filhos? Elefantes são ternos, e são boas feministas, ou dignos patriarcas. Idem, para os gorilas. Nunca, jamais diga algo negativo sobre elefantes ou gorilas. Elefantes podem atacar propriedades dos humanos, destruir suas colheitas e até matá-los. Sempre fique do lado do elefante. Grandes felinos falam como estudantes de escola pública. Hienas você pode ofender, e apresentam sotaques vagamente próximos aos do Oriente Médio. Quaisquer africanos pequeninos que vivam na selva ou no deserto podem ser retratados com bom humor (a não ser que eles estejam em conflito com um elefante, ou um chipanzé, ou um gorila, nesse caso eles são a encarnação do mal).

Depois de celebridades ativistas e humanitários, preservadores ambientais são as pessoas mais importantes da África. Não ofenda nenhum deles. Você precisa que eles te convidem para o seu parque/rancho ou ‘área de preservação’ de 30.000 acres, e é o único jeito de conseguir entrevistar a celebridade ativista. Várias vezes uma capa com um preservador ambiental com aparência de herói faz milagres para as vendas. Qualquer branco, bronzeado, e com trajes cáquis que já teve um antílope de estimação ou uma fazenda é um preservador ambiental, alguém conservando a rica herança da África. Quando fizer uma entrevista com ele ou ela, não pergunte por quanto tem de financiamento; não pergunte quanto ele ganha com a caça. Nunca pergunte quanto ele paga aos seus empregados.

Os leitores vão ficar decepcionados se você não mencionar a luz na África. E o pôr-do-sol, o pôr-do-sol africano é um must. É sempre amplo e vermelho. Há sempre um céu imenso. Grandes extensões vazias são de importância capital – a África é a Terra dos Extensos Espaços Vazios. Quando escrever sobre as condições da fauna e da flora, certifique-se de mencionar que a África é superpopulosa. Quando seu personagem principal estiver no deserto ou na selva vivendo com povos indígenas (qualquer um pequenino), tudo bem mencionar que a África sofreu severa depopulação por causa da Aids e da Guerra (use maiúsculas).

Você também vai precisar de uma boite chamada Tropicana, onde mercenários, malvados novos ricos africanos, e prostitutas, e guerrilheiros, e expatriados possam curtir a noite.

Sempre encerre seu livro com Nelson Mandela dizendo algo sobre arco-íris ou renascenças [renaissances]. Afinal, você se importa.

Como escrever sobre a África II: A Vingança

Binyavanga Wainaina

Tradução: Lucas Matos.

Romancistas, trabalhadores de ONGs, roqueiros, preservadores ambientais, estudantes e escritores de livros de viagem rastreiam meu e-mail, pedindo: Você pode por favor comentar meu dever de casa/panfleto/conto/pedido de financiamento/haicai/filho adotivo/retrato de genuína sogra africana? Todos que fazem isso são brancos. Ninguém da China pede, ninguém de Cuba, nenhum negro, pretinho, pardo, bege, chocolate, capuccino, mulacto. Escrevi Como escrever sobre a África num jato, um desabafo para ventilar o ar; não era para ver a luz do dia. Agora as pessoas me escrevem para pedir minha permissão para escrever sobre a África. Elas querem que eu diga o que acho, como elas se saíram. Seja franco, dizem, seja sincero. Diga o que pensa. Cheguei a pensar em investir num selo de qualidade.

Imaginei que ficaria de pé sobre as fronteiras virtuais da África, um minuteman preto com um carimbo, avaliando pedidos – em que SIM quer dizer “Siga adiante, pague cem dólares”, e NÃO quer dizer “Prenda e deporte”. É quase sexual. Chegam rastejando dos lugares mais incomuns, e pedem para ser chicoteados. Eu sou mau, Senhor Binya, bate em mim. Ah! Mais forte. Ai! Eles parecem um bocado desapontados quando não bato. De vez em quando, faço, e a sensação é boa e ruim, como muito wasabi. Bono mandou um livro de poemas. Alguém escreveu um ensaio “Como escrever sobre o Afeganistão”. Troquei apertos de mãos não com um, mas com dois presidentes europeus que leram meu texto e balançaram as cabeças: que mau, muito mau. Dividi um cigarro em Frankfurt com os guarda-costas de Yar Adua, o presidente da Nigéria, que me disseram que não gostam das academias de Abuja porque as mulheres dos grandões dão em cima deles e causam todo tipo de problemas. Eles preferem as academias nos hotéis da Europa. Mas os cigarros alemães não eram tão bons quanto os nigerianos. Os vegetais alemães não eram tão bons quanto os nigerianos. A cerveja alemã, quando você olhava de verdade, fundo na espuma, não era nem tão leve nem tão dourada quando a nigeriana. No final das contas, disseram, apagando os cigarros e cheirando a colônia francesa, a Nigéria é o melhor dos lugares. Você já esteve em Abuja?, perguntaram. Não, disse. Abuja é ultramoderno, disseram, e todos nós olhamos para os prédios velhos, molhados e cinzas na nossa frente.

Um dia, um cara que conheço me ligou com alguma agitação. Ele tinha acabado de ler Como escrever sobre a África e queria saber por que eu escreveria sobre ele do modo como tinha feito. Eu tinha dito “Depois de celebridades ativistas e humanitários, preservadores ambientais são as pessoas mais importantes da África. Não ofenda nenhum deles”. Ele ficou ofendido. Não havia mencionado o nome de ninguém, mas ele se sentiu pessoalmente afrontado. Sim, ele é um preservador ambiental, e sim, ele hospedou uma celebridade ou outra – mas ele não lucrava com caça, e pagava muito bem seus trabalhadores. Claro, eu disse. Você passou dos limites, ele disse. Nunca entendi de verdade o que isso significa, onde estão colocados esses limites, e por que uma expressão tão morna promete o Apocalipse interpessoal.

Como escrever sobre a África surgiu de um e-mail. Num acesso de raiva, talvez com baixa tacha de açúcar no sangue – uma condição familiar – gastei algumas horas de uma noite no meu flat de estudante de pós em Norwich, Inglaterra, escrevendo ao editor da Granta. Era uma resposta à edição África, que era povoada por cada um dos bichos papões literários que qualquer africano conhece desde sempre, uma espécie de “Os Melhores Hits do Coração das Foditrevas”. Não foi a questão sombria que me pegou, foi a estupidez. Não havia nada novo, nenhum insight, mas muitas “reportagens” – Oh, céus, uau, olha, caramba, uh – como se a África e os africanos não fossem parte da conversa, não estivessem, de fato, morando na Inglaterra do outro lado na rua do escritório da Granta. Não, nós estávamos “lá”, onde os bravos homens de cáqui podiam ir e testemunhar. Foda-se isso. Daí eu escrevi um longo – verdadeiramente longo – e-mail desconexo para o editor.

Para minha surpresa, a Granta escreveu de volta imediatamente. O editor, Ian Jack, desaprovava a edição África – aquilo foi antes do tempo dele. Um ano e pouco depois, um outro editor da Granta ligou. Estavam fazendo uma nova edição África, e eles queriam a minha perspectiva. Claro, claro, eu disse. Então esqueci. E me lembrei, me senti culpado, senti o peso de um continente nas minhas costas. Estava com bloqueio sobre bloqueio. Bebi uma Tusker. Afinal, escrevi algo sobre Bob Geldof. Uma merda, disse o editor – não com essas palavras, mas foi o que ele quis dizer, e ele estava certo. Então voltei ao trabalho. O prazo chegou. O prazo se foi. Estava ocupado trabalhando num conto, trabalhando no meu romance. Uma Tusker gelada. O novo número da Kwani. A praia, em Lamu. O editor ligou com uma ideia – por que a gente não publica seu longo e louco e-mail? Um excerto, quer dizer. Claro, disse, distraidamente. Ele me mandou um rascunho. Ufa, pensei, distraidamente. Corta, cola, corta, cola. Poucos floreios aqui e ali. Enviar.

Levou uma hora.

A edição saiu, meu artigo apareceu online. Tornou-se a história mais compartilhada na história da Granta. Comecei a ouvir por amigos, por estranhos; comecei a receber minhas próprias palavras encaminhadas para mim com um título animador, como algo em que eu poderia me interessar, como se eu não o tivesse escrito. Virei viral, virei spam. Comecei a receber convites – para conferências, palestras, conselhos nacionais. Comecei a receber cartas. Agora sou ‘aquele cara’, a consciência da África: eu vou te advertir e te dar absolvição.

Se fosse esperto, teria esperado uns anos e transformado num app de iPhone: uma pequena história satírica sobre como escrever sobre a África todo dia, interativa e adaptável, por noventa e nove centavos. Foda-se a Granta… obrigado, Granta.

Estava ocupado trabalhando no meu romance. Daí estava bebendo vodka sabor chili com o editor desta revista, e antes que me desse conta concordei em escrever uma sequência para Como escrever sobre a África. Tudo bem, disse, distraidamente. Bem, aqui estamos.

 

As Estátuas Também Morrem

 

Marcos Carvalho Lopes

2 Comentários

  1. oi Marcos,

    interessante você trabalhar com esta disciplina. Se possível, publique, por favor, também o programa das disciplinas (Syllabus) pra encontrar mais referências sobre o assunto.

    • Oi Renato, vou postar depois o programa completo. Valeu pela sugestão. Neste acso a bibliografia é o problema. A básica é essa:

      APPIAH, Kwame Anthony. Na casa de meu pai: a África na filosofia da cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.

      BERNASCONI, Robert. “Etnicidade, cultura e filosofia”. In: BUNNIN, Nicholas e

      BONO, Ezio Lourenzo. Muntuísmo. A ideia de pessoa na filosofia africana contemporânea. Universidade pedagógica de Moçambique, 2014

      CASTIANO, José. E NGOENHA, S. E. Pensamento engajado. Ensaios sobre filosofia africana, educação e cultura política. Editora educar: Maputo, 2010.

      TSUI-JAMES, E. P. (org.) Compendio de Filosofia. Trad. Luiz Paulo Rouanet. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2007. p.611- 625.

      P.E.A., Elungu. O despertar filosófico em África. Luanda: Pedago/Mulemba, 2014.

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