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UMA CARTA A UM AMIGO NGOENHA – RESISTENTE A ABADON

José P. Castiano

texto de 13 de Março de 2018

*O PROBLEMA*

Quando recebi o livro “Resistir a Abadon” de Ngoenha, recordei-me de, dias antes, ter lido uma crítica veiculada pelos mídias sobre pessoas que adquiriram o hábito de consultar a Bíblia antes de discursarem em qualquer que seja a ocasião. Citar um versículo das escrituras sagradas está na moda. A partir de um versículo qualquer encontrado – muitas vezes por acaso – procura-se, com alguma erudição, “iluminar” o problema ou a ocasião em causa retirando-se dele lições de moral (homilia).

Durante algum tempo eu também fiz o mesmo. Todavia, quando já estava convencido da minha capacidade de ser um professional speaker – mais ou menos aquele que consegue desembolsar um discurso para todas as ocasiões, um sofista – dei-me conta de um pressuposto que, para tal ser, eu não reunia: devia conhecer bem a Bíblia para poder escolher versículos certos para cada ocasião.

Ao mesmo tempo, ao começar a preparar esta “carta”, recordei-me do conselho de Epicuro – “Quem fala em público deve ter presente que um discurso curto acaba por ser igual a um discurso longo” – depois de tanto falhar na promessa de não ser longo quando tenho que falar em público. Ainda me soa aos ouvidos a voz enérgica do autor quando lhe telefonei querendo saber de quanto tempo dispunha para apresentar o livro: “por favor, não sejas longo. Não se trata de uma aula. Senão as pessoas se cansam”.

Talvez por eu não ser um leitor frequente da Bíblia, e muito menos da Apocalipse, eu não sabia quem era Abadon quando a prenhe publicação deste livro foi-me anunciada via facebook. Quando perguntei ao Ngoenha, logo que me entregou o livro, ele respondeu que saberia depois de o ler.

Todavia adianto que Abadon (em hebreu) ou Apollyon (em grego), que significa “destruição” ou “destruidor”, é um anjo a quem foi-lhe ordenado causar danos aos homens que “não têm nas suas testas o cêlo de Deus” . Abadon, o anjo do abismo, possui, entre outras, as seguintes características: habilidade de ler memórias, viajar no mundo e remover a alma da pessoa do seu corpo para torná-la num demónio obediente.

E é em torno desta última característica de Abadon que o enredo do livro anda em volta: ele teria retirado a alma do Bem dos soberanos moçambicanos nos últimos cinquenta anos que “…foram de uma estrondosa vitória da guerra sobre o homo mozambicanus” . Às guerras de resistência, seguiram-se a guerra para a Independência, a guerra dos dezasseis anos, as ditas “hostilidades” e a guerra pós-ideológica (conflito de carácter económico). Todas são guerras que não são nossas guerras e que comportam dentro delas duas “constantes”: sua dimensão global e serem facilitadas pelas “nossas” fragilidades. Então, a pergunta central com que Severino se angustia no livro é: afinal, o que faz com que os moçambicanos sejam tão permeáveis às guerras? Porque é que Abadon ter-se-ia instalado no trono de Moçambique e nós permitimos que ele nos conduzisse para o abismo? Enfim, como “resistir” a Abadon?

*A FILOSOFIA, AMIGO DO SABER*

Foi por causa da complexidade do assunto em causa que decidí escrever esta “carta” ao Severino tendo como pano de fundo a apresentação do livro “Resistir a Abadon” levantando alguns pontos que me vieram à mente após a sua leitura. De facto, a ideia de escrever uma “Carta para Resistir a Abadon” foi-me sugerida pelo filósofo alemão Sloterdijk. No seu pequeno livro intitulado Regeln für den Menschenpark (Regras para o Parque Humano) – na verdade uma resposta à Carta sobre o Humanismo de Heidegger – este filósofo escreve: “Desde que existe como género literário, a filosofia recruta os seus adeptos escrevendo de maneira contagiosa acerca do amor e da amizade. Não é só um discurso sobre o amor pela sabedoria: também quer mover aos outros para aderirem a este amor. O facto de que a escrita filosófica tenha sequer podido manter-se como um vírus contagioso … até hoje, se deve ao êxito dessa facilidade sua para fazer amigos através dos seus textos” . E Sloterdijk acrescenta, linhas depois: “Uma regra da cultura literária é que os emissores não podem prever os seus receptores”. Na verdade, o remetente destas cartas amistosas (filósofo) lança ao mundo seus escritos sem conhecer os seus destinatários; e nem pode prever o que os receptores podem fazer com os seus textos. Pois, como Ngoenha alerta, a filosofia pôde ser usada ideologicamente pelo político; e em assim sendo, a filosofia-conselheira ao Rei pode elevar-se ao estatuto de Abadon.

Todavia, fazer filosofia, para o Ngoenha deste livro, resume-se ao ofício de escrever cartas de amor à humanidade enquanto substantiva e enquanto adjectiva. Enquanto substantiva refere-se à humanidade como um todo: homens e mulheres, crianças, jovens e velhos, brancos, negros, mestiços, amarelos, changanas, matswas, senas, macondes, etc. que habitaram, habitam hoje e habitarão no nosso planeta. Enquanto adjectiva refere-se à qualidade de ser humano para todos os homens e mulheres independentemente das diferenças antes apontadas. Ser humano, neste sentido, significa colocar, em primeiro lugar, o nosso olhar para o Outro com os valores de que ele é portador: dignidade, integridade, respeito pelo seu ser e em presença. Em resumo, escrever filosofia é escrever uma carta de amor à vida; portanto em defesa de todo o ser humano. Desta forma, a filosofia é intrisecamente pelo diálogo, pelo entendimento e anti-guerra. Portanto, pela sua definição, a filosofia fica por fora em poder, ela própria, hospedar uma “resistência” armada!

*A FILOSOFIA FALHOU*

A questão, então, perante a qual o livro nos coloca prende-se com esta presunção da filosofia ser uma carta para a Humanidade. Porquê é que, apesar da humanidade intríseca do ser humano, este, todavia, se revela cada mais bélico, violento, do que propriamente humano? Ou por outra, porquê o Homem não consegue resistir às insídias de Abadon que, cada vez mais, se apresenta em forma do próprio Homem roubando-lhe a alma do Bem? E se a filosofia deu-se a si mesma, sobretudo em Platão, o papel de conselheira aos homens de poder que Abadon usa para instigar as guerras, não será ela própria, a filosofia, a grande culpada por não ter conseguido fazer com que o homem moçambicano possa resistir à violência física? “Na verdade, quando se vai para a guerra, quer dizer que a política baseada no diálogo e na busca de consenso falhou…”. E isto quer dizer que também a filosofia falhou. Porque, segundo Ngoenha, “filosofia […] é procurar as condições que podem levar à plataforma de entendimento” e fazer com que o príncipe abandone as opções maquiavélicas. Pois “cabe à filosofia encontrar a mesa a partir da qual as partes se podem encontrar e dialogar” . Então, até agora, a filosofia moçambicana falhou porque sucumbiu perante Abadon; ou melhor: a filosofia não conseguiu fazer com que os moçambicanos se organizassem para resistir a Abadon vestido de rosto humano.

*A RELIGIÃO TAMBÉM FALHOU?*

Sabemos todos que se há alguma instituição moçambicana à qual devemos as poucas “tréguas” de Paz, no meio das guerras de cinquenta anos, e principalmente da trégua após os Acordos de Roma, esta instituição é a Igreja. As igrejas moçambicanas, não somente se bateram na prática embrenhando-se nas florestas em busca da Paz, como também foram, em Moçambique e à semelhança da África do Sul, o embrião das primeiras formulações de uma moral da reconciliação entre os “irmãos” mocambicanos. Todavia, apesar de todos os esforços das diversas confissões religiosas, o político moçambicano não foi capaz de se sentar à mesa para resolver os seus desentendimentos. Cada vez mais a resposta era “às armas!”. Neste livro Ngoenha cita o grito do Dom Alexandre que dizia, com desepero, na Beira: “podemos tocar todos os tambores de uma só vez ninguém nos vai ouvir”. Apesar das igrejas se terem desdobrado em missas ecuménicas pela Paz, as suas orações não se fizeram ouvir de imediato. Embora, conclui Ngoenha sobre o papel das religiões, “…a culpa não é da religião, mas é do uso político que dela se faz. As razões dos conflitos não devem ser procuradas nos diferentes credos, mas, sim, na manipulação política dos mesmos”.

*OS MILITARES E SUBORDINADOS DIRECTOS TAMBÉM FALHARAM?*

Porquê também estes poderão ter falhado? Porque, segundo o autor, os militares e os subordinados directos do soberano não se colocaram a si mesmos e seriamente a seguinte questão fundamental: Quais são os limites morais da sua obediência? Bem pelo contrário, mesmo os oficiais sucumbiram a Abadon mostrando-se confiantes na resposta positiva à esta questão colocada no ridículo “desde quando um militar com arma passa fome e não tem dinheiro?” . Pois, se não fosse pelos benefícios (espólio em minerais, caça “furtiva”, dinheiro em troca de protecção, poder) que a guerra trás para esta classe, o que os cegava em ver que a ordem “às armas e eliminai o inimigo!” tinha algo de preverso? Aliás, Ngoenha, apoiando-se por trás de La Boétie no seu famoso “Discurso sobre a Servidão Voluntária”, repara que um “déspota não tem força suficiente para esmagar sozinho todo um povo”.

Desta forma, a guerra somente pôde ser iniciada e mantida sob o beneplácito dos que La Boétie chama por “súbditos da corte”, que não somente rodeiam o soberano, como também o conhecem nas suas frivolidades humanas. Portanto, não se pode acreditar que a força do soberano consiga dominar todos os seus súbditos (militares).

É talvez o filósofo alemão, de origem sul-coreana, Byung-Chul Han, que melhor expressa como funciona o poder ao afirmar que este não consiste na “neutralização da vontade” do súbdito e que há formas do poder que vão para além da necessidade de neutralizar a vontade do outro. Muitas vezes “o súbdito obedece à vontade do soberano como se fosse a sua própria vontade – ou mesmo até a antecipa” . Nesta ordem de ideias, estes súbditos directos – os militares oficiais – não souberam resistir a Abadon; este lhes teria, também, roubado a sua alma de moçambicanos, considerando-se, a si mesmos, “de gema”..

*A POLÍTICA ABRIU ALAS A ABADON*

Neste ponto não há sombra de dúvidas para Ngoenha: Abadon instalou-se no trono da política moçambicana durante quase cinquenta anos com algumas “tréguas”. Pois, ele afirma que “o ter sido prisioneiro político ou ter sido torturado pela PIDE (…), ou ter lutado contra o colonialismo (…), não me autoriza a ser torcidário e carrasco do povo” .

Da mesma forma que os políticos de hoje “não sentem escrúpulos em deslocar as populações e beneficiar com o dinheiro dos reassentamentos, em construir portagens pagas nos centros das cidades, em vender o património do Estado, em esvaziar os cofres dos bancos” . Aliás merecem o nome de “pecuniaristas”, mais do que de políticos.

A política se manisfesta, para o autor, em forma de “ideologia cínica”: os cidadãos reconhecem as práticas nefastas dos seus governantes e, mesmo assim, continuam a elegê-los. Este comportamento “cínico” explica-se pela dita era da pós-verdade na qual a natureza da audiência do político (o eleitor) caracteriza-se pela tendência em acreditar em coisas que apenas confirmam as suas crenças ou ideologias . Para o eleitor desta era, torna-se mais cómodo ignorar aquelas informações que desafiam os seus próprios pontos-de-vista e crenças. Sobre a razão cínica na política, Sloterdijk, de que Ngoenha toma o conceito ideologia cínica, refere que o político cínico é aquele que manipula as mentiras através da verdade; enquanto que o filósofo cínico é aquele que manipula as verdades através das mentiras. E, continua Sloterdijk, “para governar bem é preciso saber manipular as verdades da mentira” . Recorde-se a famosa de Azagaia que lhe levou à Procuradoria anos atrás para “responder” por ela!

Hitler, Mussolini, Reagan, Bush, Trump, etc. são políticos cínicos. Portanto a quem Abadon retirou a sua alma para deles se servir no seu caminho para o abismo. Eles mantiveram-se no poder por via do que a filósofa brasileira Marcia Tiburi chamou por “ridículo político”: aquele político da produção de inverdades de todo tipo” . E, mesmo assim, é eleito apesar de apelar ao riso. Tiburi chega a afirmar que quem percebe do jogo do ridículo e aprende a manipulá-lo, hoje, pode até tornar-se presidente da República (Temer, Trump, Zuma, etc.).

*E A CULTURA?*

A 20 de Julho de 1969, quando Neil Amstrong deu o primeiro passo humano na Lua, disse: “Este é um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade” . Ao mesmo tempo, entrementes, as milhões de pessoas em todo o mundo, que na altura acompanharam o “primeiro passo” na Lua por rádio e televisão, perguntavam-se “qual será o próximo passo?” Devo dizer que este livro de Ngoenha é também um pequeno passo individual, porém um grande salto na angústia nacional sobre as causas fundamentais por trás das guerras em Moçambique. Parece um pequeno passo ao nível individual do autor (dado que já publicou muitos livros), porém este é gigantesco por ser o primeiro a partir de uma perspectiva filosófica sobre o tema “filosofia e violência” com focus no caso moçambicano.

Assim, apesar de a pergunta do livro ser “Nós, como moçambicanos, como podemos resistir a Abadon?” (cuja resposta está resumida nos apelos à “coragem cívica”, “reconciliação genuina”, “revisitar a democracia representativa e o liberalismo”, na “ciadadania participativa” e na “unidade” contra o mal) eu prefiro colocar uma questão que vai para além deste livro, a questão do “próximo passo”, nomeadamente: porquê é que, à semelhança do que no livro se faz com a filosofia, a política, a religião, como sendo o seu “uso ideológico”, não se equaciona também o uso ideológico da cultura e esta enquanto possibilidade de fonte para a resistência a Abadon? Não será que Abadon também se tenha apoderado desta base onde buscamos a nossa eticidade, mais do que da religião, da política e até mesmo da filosofia? De que lado estavam os nossos médicos tradicionais ou ainda as autoridades tradicionais? Onde estão as mamanas nesta resistência, que, tradicionalmente, não se entregam aos seus homens endemoniados por Abadon e que desfilam nuas nas aldeias em protesto da guerra por estes iniciadas para a “vergonha” masculina? Onde estão os nossos sábios tradicionais para ajudarem no “desarme das mentes”, embora Ngoenha afirme que “ser filósofo é, antes de mais, desconfiar dos sábios”? As mesmas perguntas devem fazer-se à educação, enquanto esfera da cultura. Por exemplo, na Alemanha pós-guerra, as autoridades políticas fizeram da educação um campo priveligiado para divulgar o slogan “Nie wieder Krieg aus dem deutschen Boden” (Nunca mais Guerra do solo alemão!). A partir da experiência negativa da segunda guerra mundial queriam comprometer às futuras gerações alemães, sobretudo de políticos, na resistência à Abadon.

Penso que esta é uma via alternativa de prosseguir ao chamamento que este livro nos trás – o de resistirmos a Abadon. No entanto, penso que para as iniciativas da Paz que Mocambique já teve, a cultura ainda não foi mobilizada em toda sua potencialidade. “Prova” disso é que as ditas “tréguas” para o “diálogo” entre ambos presidentes (Dlhakama e os “restantes”) aparecem quase sempre que a guerra estiver prestes a bater à porta das cidades…

*E ENTÃO ABADON, COMO RESISTIR-TE?

O livro “O Amigo” do filósofo italiano Agamben tem como ilustração no seu interior um quadro pintado por Giovani Serodine. Este quadro encontra-se na Galeria Nacional de Arte Antiga de Roma. Na verdade trata-se de um pormenor que ilustra il incontro entre dois santos católicos, São Pedro e São Paulo. Os dois apóstolos “imóveis, ocupam o centro do quadro, e estão cercados pelo gesticular desordenado dos soldados e dos carrascos, que os conduzem ao suplício” . As trompetas, os soldados em volta, o reboliço, não os distrai do encontro. Estão de mãos dadas e “com as suas frontes quase coladas uma à outra, que de modo nenhum se podem ver”. As mãos dadas, apertadas, mostram uma “proximidade” estranha no meio da azáfama. Desta imagem Agamben conclui: “Reconhecer alguém como amigo significa não poder reconhecê-lo como ‘qualquer coisa’. Não se pode dizer ‘amigo’ como se diz ‘branco’, ‘italiano’, etc. – a amizade não é uma propriedade ou uma qualidade de um sujeito”.

De facto, fazendo uma prima leitura do livro, chega-se à conclusão que tudo começa pela amizade pelo outro e pela verdade (filosofia) para resistir a Abadon. Na confusão da guerra, a filosofia moçambicana engaja-se pelo triunfo da amizade. O mesmo Agamben escreve, ainda, no livro O Amigo: “A amizade está tão estreitamente ligada à própria definição de filosofia que podemos dizer que sem ela, a filosofia não seria possível. A intimidade entre a amizade e filosofia é tão profunda que esta inclui o philos, o amigo no seu próprio nome…” .

Vendo as imagens de Vanduzi, Nyusi e Dhlakama de mãos dadas e “rindo-se de si mesmos” (seria necessário que tantas pessoas morressem para nos darmos as mãos?), parecendo alheios à floresta e aos guarda-costas que lhes rodeiam, não nos podemos deixar de perguntar se aquele gesto não é o início de uma amizade a partir da qual poderá nunca, do e no solo moçambicano, partir uma guerra. Nada nos impede de pensar que tudo poderá depender desta amizade que deverá descer pelos seus súbditos outrora guerrilheiros (RENAMO) e guerreiros (Governo) abaixo.

Apesar disso, temos que ter o direito de lançar um segundo olhar que nos recorde que já assitimos, em Roma (1992) e em Maputo (2014), a abraços idênticos. Não nos esqueçamos que eram abraços embuidos, emprestando o termo de Ngoenha, de uma “ideologia cínica” e que a História pode repetir-se, desta vez, não já como uma tragédia pós-trégua, senão como uma comédia macabra, pelo facto de dois soberanos abraçarem-se em e por cima do “sofrimento dos outros”.

Em assim sendo, dar-se-ia azos ao tipo de críticos (infelizmente abundam na nossa praça pública) que a minha mãe costumava detestar imenso. Os detestava porque, perante a desgraça e o sofrimento dos outros provocados pelas cheias do Rio Zambezi, inundando as suas plahotas, estes “criticos”, dizia ela talvez apelando-se ao mito do dilúvio, tratavam de estar seguros numa zona elevada, longe dos tormentos provocados pela corrente zangada do rio, e gritavam do alto: bwerani mudzaone (“venham cá ver” [o sofrimento dos outros!]).

Marcos Carvalho Lopes

Um Comentário

  1. Parabens pelos texto muito interessante. Mais um apoio para as pratileiras da nossa jovem escola mocambicana de filosofia. para contribruir neste espaço de intersubjecitvacao, quero apenas dizer que no texto consta que o Professor Castiano escreve o seguinte “Neste livro Ngoenha cita o grito do Dom Alexandre que dizia, com desepero, na Beira: “podemos tocar todos os tambores de uma só vez ninguém nos vai ouvir”. Contudo, salvo uma leitura mais modesta, queria observar que Ngoenha no livro em analise cita o Arcebispo da Beira Dom Jaime Pedro Gonçalves e nao Dom Alexandre Maria dos Santos. De facto, a expressao pertence ao falecido Arcebispo Emérito da Beira, Dom Jaime Pedro GONÇALVES, e podemos encontrá-la no ultimo capitulo do seu livro A paz dos Moçambicanos, Ed. CIEDIMA-Lda, Beira, 2014. Obrigado

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